sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Para uma tragédia futura.

Preciso desatar os nós que ainda sobraram em minha garganta. Depois que conseguir desatá-los, partirei em busca de você. Tocarei a campainha do teu apartamento e esperarei alguma reação sua. Qualquer que seja. ó vou entrar se for convidada e mesmo que você não queira abrir, ficarei lá, esperando. Porque sei que também me ama e sei que alguma hora vai querer me ver e ouvir. E se você demorar muito, vou chamar teu nome. Quem sabe se, ouvindo a minha voz, você toma alguma atitude. Quando a porta me for aberta, colocarei teu gato nos meus braços e sentarei no sofá. Então começarei a falar.
"Você sabe que sou estranha e complicada. Meus óculos ainda estão tortos porque não quero ir à loja sem você. Tentaram nos vender alianças lá, lembra? Mas nós já usávamos as nossas. Onde está a sua? A minha continua aqui, intocável. Eu disse que não me livraria dela enquanto te amasse. Sei de tudo que aconteceu e você sabe que nenhum de nós teve culpa. Então deixa eu vir morar contigo? Faço o café do jeito que você gosta, alugo uns filmes e fico o dia todo deitada aqui contigo. Deixo você mexer nos meus cabelos e ouço suas histórias sobre os seus amigos que chamo de idiotas.  Sei que o que éramos não existe em lugar algum além de nossas memórias, mas podemos construir vidas novas. Vamos fugir. Você tem seu carro, eu tenho um mapa na internet. Daremos nomes falsos em hotéis, desarrumaremos as camas e fugiremos novamente. Eu só quero que você me deixe fazer parte da sua vida novamente. Nossos filhos precisam saber que nós não desistimos quando o motor quebrou da primeira vez. Nossos filhos precisam nascer."

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