domingo, 13 de novembro de 2011

Caio certa vez disse que não pode ser feliz quem escreve. Tentei quebrar esta sentença, mas o que sou para tentar algo assim? Conheci alguém que não tenta ser feliz, ou pelo menos não aparenta tentar, e que escreve daquele jeito que nos deixa estáticos e suspirantes. Só será reconhecido alguns anos após sua morte, como tantos aqui neste lugar. Mas será lembrado por mim enquanto minha memória permitir. Vivi em palavras a vida de Clarice e alguns outros e confirmei o que havia sido dito anteriormente, os bons não são felizes.
Analisei minhas “publicações” aqui e percebi que muito pouco foi escrito durante momentos de felicidade. Minha safra de palavras sempre é satisfatória quando estou triste, lúcida e a beira do caos. Tudo fica bonito, corretamente pontuado e porque não dizer, inspirador. A felicidade me trás paz e sorrisos, mas leva as palavras que tanto amo. Isso me faz pensar se vale a pena ser feliz. Não, espere, não estou pedindo uma resposta de você. Essa é uma das coisas que precisam ser respondidas por nós mesmos. Você diria que não tenho motivo algum para levar uma vida triste, mas nunca habitou minha mente nem sentiu minhas dores internas para opinar neste caso. As vezes é difícil me manter acordada nessa vida.
Viverei eternamente com essa questão estampada em minhas camisetas e cadernos, até o dia da eternidade que me entregue uma resposta satisfatória. Devo ser feliz?

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