Nunca esperei que você entendesse, sabe? No fundo, espero, mas tento imaginar o contrário. É que você nunca vai ver como um problema o que me incomoda. Só se o seu problema for o meu incômodo, mas acho que não seja o caso.
Depois que entendi como, aos teus olhos, é tudo tão normal, me sinto errada de contrariar, mesmo sabendo que estou certa. Você também sabe que eu estou, mas não liga. Foi aí que percebi como, pra ti, isso não importa.
Como eu, só vai te parecer errado quando te fizer sofrer. Como eu. Se tua vida fosse um filme, isso ia ser teu processo de degradação. Porque, eu vejo um fim, eu consigo ver. O processo de degradação leva o personagem a um final dramático e eu queria viver, contigo, um daqueles velhos clichês.
É só isso, sabe? Quero te colocar numa redoma, dar água, comida e amor, até que chegue a nossa hora de partir. Nunca falei isso, mas, eu quero ser enterrada no mesmo caixão que tu. Seria o nosso último esconderijo e ninguém poderia nos separar, lá. Só os vermes... Mas aí seria natural e a gente não ia se importar.
E, por querer cuidar tanto, você acha que é por outro motivo.
Não quero tornar tudo um transtorno, mas não sei o que você é capaz de fazer a si próprio. Você pode ser seu próprio transtorno. O que eu quero é acordar todo dia e passar a mão pelo seus cabelos, pelo seu peito, pelo seu rosto. Sentir o teu cheiro de sabonete e dizer "bom dia". Tento tanto dizer o quanto espero da nossa vida, mas tenho sempre receio de que alguma pedra desvie tudo e que acabemos dando de cara com um horizonte em que só você vai ser alto o bastante pra alcançar, porque eu já não posso mais crescer e sempre vou ser pequena.
Eu te quero de volta, pra sempre.
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