sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Carta para o meu eu de 2013.

Olá, há algum sinal de chuva?

Estranho começar algo assim e falando logo algo que parece ser tão metafórico, mas em 2012 eu esperava um chuva que lavasse tudo e refrescasse o ar. Não dentro de mim, mas fora. Posso fazer chover a qualquer hora, em mim, mas não tenho controle algum do que acontece do lado de fora. É que a chuva é uma coisa boa, do lado de cá. A gente anseia por ela pra abrir aquele guarda chuva bonito, pra levantar de madrugada e fechar a janela, pra usar aquela blusinha de manga. Espero que você tenha acordado com frio algum dia desse novo ano.
Espero que a sua cabeça esteja bem leve, que sua vida corra normalmente e mais tranquilamente. Espero que você tenha conseguido o que queria, que agora esteja bem mais feliz e realizada. Quero que a felicidade vire rotina, ou que, pelo menos, a tristeza perca as chaves do seu quarto.
Quero dizer que você precisa desses amores impossíveis para viver - não esqueça deles. Só não pode deixá-los voar livremente. Tranque-os em um lugar onde você possa saber que eles estão lá mas que não possa vê-los ou senti-los. Deixe o seu coração tranquilo e com você. Ainda não é tempo de entregá-lo, nós duas sabemos disso.
Confie mais em quem confia em você. Confie menos nas pessoas novas. Confie, mas não integralmente, lembre dos erros que cometi. Tente ser mais pacífica, tente perdoar mais, sorrir mais, sonhar mais, sair mais, viver mais. Não se esconda: queira mostrar-se.
Hoje eu vejo todas as minhas escolhas espalhadas sobre uma mesa, posso imaginar que caminho eu teria seguido ao ter escolhido outros caminhos, mas não sei se me sentiria satisfeita ou feliz. Não seja tão impulsiva, não pense só em você. Não pense demais nos outros, não sinta tanto medo, tenha coragem para arriscar.
Se tudo der errado, não tenha medo de chorar e acordar com os olhos inchados. Apenas aceite seu erro e use seus defeitos para começar tudo mais uma vez. "Nunca é tarde, nunca é demais."
Eu lembro de querer sempre ser transparente, estar transparente. Isso pode ter sido um erro algumas vezes, tente não ser sempre tão sincera.
Tente não levar sempre tudo tão a sério. Tente não ser sempre tão sentimental; as pessoas nunca vão pensar como você, nunca vão interpretar a vida do mesmo jeito que você.
Ao fim, quero dizer que 2013 será um ano memorável. Você vai ter toda a felicidade que eu perdi este ano. Aproveite enquanto não precisa passar sua faixa à próxima você, ou, no caso, à próxima nós.
Busque felicidade.
Seja livre.



                                                A.M.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Yayo

Essa dor me contorce, me transforma em lágrimas e depois me faz nadar no oceano de água salgada que eu mesma produzi, me afoga nessa água que é tudo que eu sou e depois me faz lembrar que sempre há mais de onde tudo aquilo veio...
Quero pedir pra você me levar daqui, pra você me fazer esquecer de tudo isso que me dói e me livrar dessa vida pesada, mas aí lembro que eu não te conheço mais e também que eu nunca fui aquela que você imagina que eu sou, que você nunca amou o que eu realmente sou, que você nunca sentiu o meu gosto amargo pra saber que eu ainda carrego muita dor, que eu encontro uma nova dor todo dia e que isso as vezes parece ser demais pra mim, que eu sou nova demais pra carregar tudo isso, que fizeram a entrega nos ombros errados...
Impotente, é assim que me vejo. Me vejo presa a um lugar, à pessoas, a um tipo de vida que eu não quero preservar, mas não tenho escolha. Por isso toda essa história me toca tanto, me suga tanto... Porque me faz pensar em tudo diferente, em um outro lugar, longe de tudo, me dando oportunidades de não sentir mais tanta dor sem sentido.
Posso dizer que já quis, mas hoje já não sei se abriria a porta do seu carro e daria um sorriso como aquele que você guardou de mim. Já não sei se eu não teria medo dos seus olhos me fitando e se teria coragem de deixar você segurar a minha mão.
Eu não sei mais se quero que você me abrace ou se quero te ver partir.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Texto dedicado aos meus professores.

“Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de todas as dificuldades, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.”

E é aí que entramos, pois o “trabalho” somos nós. Colocamos, mesmo que inconscientemente, nosso futuro nas mãos de vocês e, daqui a algum tempo, vocês serão os professores de gramática, matemática, biologia, física, história, filosofia, literatura, interpretação, inglês, espanhol, química e geografia que fizeram com que fossemos aprovados. E isso vai ficar marcado em nós pra sempre.

Cada piada, risada, bronca, dica e questão nos fez crescer durante esse ano e, mesmo que não pareça verdadeiro em alguns momentos, somos todos muito gratos por tudo o que fizeram por nós e por tudo o que vocês passaram a significar em nossas vidas.

Quando me pediram para escrever isso, eu soube que não deveria colocar no papel nada que não demonstrasse o tamanho do meu, ou, no caso, nosso sentimento de felicidade por ter convivido com vocês. Texto nenhum vai conseguir exprimir o que uma turma sente por seus professores, mas tentamos.

Como diria Henry Adams: "Um professor afeta a eternidade; é impossível dizer até onde vai sua influência."

Muito obrigada.